segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

noite de hotel

Estava deitada em minha cama escrevendo em meu novo caderno de anotações enquanto observava a respiração de meu primo dormindo de boca aberta ao meu lado quando um barulho estranho começou a soar. Olhei para os lados e nada de diferente acontecia, apenas aquele barulho irritante em meus ouvidos. Levantei-me e fui até a sala do apart-hotel. - "Ah claro! É o treinamento de incêndio... Mas eles tinham que ligar isso justo nesse horário da noite?" - Questionei-me lembrando do aviso que eles haviam mandando para meus tios de manhã. - "Atenção, isso não é um treinamento" - foi a única frase que prestei atenção naquele monte de palavras rápidas em inglês que surgiam de um pequeno aparelho no meio do apartamento. AAAAH, vocês podem imaginar o meu sentimento de pânico? Eu estava sozinha com meu pequeno primo enquanto meus tios faziam compras no supermercado e todas as outras crianças estavam no apartamento ao lado com a baba! Eu então corri de volta para o quarto e abri a porta com força, meu primo já estava sentado com os olhos mais abertos do mundo - "não se preocupe amorzinho, venha cá" - peguei-o no colo tentando ser a pessoa mais calma do mundo. 


Com uma criança de cinco anos de idade nos braços, sai correndo em direção a porta, escancarando-a e correndo pelo corredor - "bosta! Não tenho o cartão do quarto! Vamos ficar de fora!" - pensei dando meia volta e correndo com uma velocidade ainda maior para chegar a porta antes que ela se fechasse. 


Com um chute, abri a porta rapidamente e na mesma velocidade peguei uma cadeira e coloquei-a entre a porta e a parede, evitando que ela se fechasse. Voltei-me a correr pelo corredor, o cheiro de queimado incendiava o segundo andar todo. Voltei os olhos para a janela e vi os outros hóspedes correrem para o jardim, uns de trajes de banho, outras de toalha, umas com bobs na cabeça, e eu me juntava aos que estavam de pijama. 


Chegando próxima a escada, escutei muitos pequenos passos rápidos, e em questão de segundos várias crianças corriam em minha direção, umas rindo, outras gritando, outra chorando, mas todas espivitadinhas demais para o meu gosto. Os bombeiros chegaram, e enquanto tudo isso acontecia e todos os hóspedes estavam já no andar de baixo do hotel, eu escutava a grande história de como sete crianças queimaram um pão no microondas por ter colocado dez minutos no lugar de um.

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