quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

fragilidade.

Eu era uma criança frágil, calada. Uma menininha sem brilho e cheia de apegos. Nunca entendia o porque de ser assim, tão tímida e calada. Sofria muito com aquilo, pois na verdade, dentro daquela menininha sofrida e sem graça, havia uma menina louca, cheia de sonhos, cheia de vontades, de falas, de personalidade. Mas aquela outra menina que guardava dentro de mim nunca tinha oportunidade de ser libertada. Tinha medo, medo dos outros, medo de ser reprimida pelas pessoas, pela família (que aos meus olhos era o que realmente acontecia). Tinha medo de ser eu mesma. Então, aquela pequena menininha frágil, sozinha e sem amigos foi crescendo e continuou a ser frágil, sozinha e com alguns poucos amigos, pois não confiava nas pessoas, nunca confiou. Até o dia em que essa menina, andando pela rua, vê sua imagem refletida em um espelho quebrado, jogado fora. Fica olhando para aquela imagem por horas. Assustada e emocionada, a menina demonstra por lágrimas o que sentia, sentia sede de viver. Ali, naquele momento, eu, aquela menininha, olhando-me naquele espelho rejeitado, notei que já não queria mais ser aquela criança frágil, cheia de ferimentos, queria ser aquela menina que guardava a muito tempo dentro de mim, queria ser quem eu queria ser, e não o que os outros acham melhor que eu seja.
Então, aqui está aquela menina, que agora vira mulher. Uma mulher apaixonada, realizada, louca... O que for. Ela sou eu, eu sou ela, e aqui estamos, unidas por um só espírito. Andando juntas pela grande jornada que a pouco tempo temíamos, a vida.

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