sexta-feira, 20 de maio de 2011

Dudu.

Eu sempre tive que ser uma garota forte. As vezes penso que essa é uma obrigação, eu TENHO que ser forte. Desde pequena coloquei em meu coração que minha missão era cuidar dos outro, engolir o choro, e lidar com minha emoções como uma adulta. Na verdade, fazem apenas cinco anos, quase seis, que penso assim. Mas hoje eu me pergunto: o que mesmo é ser forte? Não chorar, fazer com que os outros sintam-se fracos e impotentes, sentir-se superior? Talvez. Confesso que por muito tempo pensei assim, agi assim. Mas eu estava errada. E eu aprendi isso com você. É fato que não sou mais aquela garotinha de cinco anos atrás, aquela mocinha que você gostava de apertas as bochechas e dizer, com um abraço forte, "eu amo você". É verdade que eu não te disse muitas vezes o mesmo, mas posso te assegurar que em cada noite que ia até sua cama para te abraçar depois de um pesadelo, era uma forma simples de dizer que eu te amava também. Confesso que errei muito depois que você se foi, e que eu fiz exatamente o contrario de tudo o que você me ensinou. Mas veja só você! Um homem realizado, vinte anos, trabalho garantido. Dificuldades, sim; desanimo, nunca. E eu, bem, continuei a crescer, tentando lidar sozinha com as minhas feridas. Perdi minha confiança nas pessoas, perdi minha voz. E se canto, posso contar nos dedos os dias que cantei verdadeiramente para alguém. Hoje eu chorei ao escutar sua voz gravada em uma reportagem, e notei que eu não me tornei fraca por isso, eu fui verdadeira. Eu me permiti sofrer, permiti que a tristeza saísse do meu coração. E com lágrimas de saudades nos olhos sorri, e notei que a verdadeira força encontrei, ou melhor, notei, pois você nunca deixou de estar comigo.

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